Guincheiros e caminhoneiros que trabalham com remoção de veículos vão sair de todas as regiões do estado, para um protesto no entorno da sede do DETRAN na capital, no dia 23 de janeiro, segunda-feira, informa o Sindicato dos Guincheiros e Removedores de Veículos do Estado de São Paulo. Conforme o presidente, Francisco José Pereira, o movimento é para cobrar do DETRAN o retorno urgente dos leilões, que estão parados há 12 meses, provocando o maior desemprego da história do setor, podendo atingir mais de 20 mil trabalhadores.
O presidente do SINGUESP-Sindicato dos Guincheiros Removedores de Veículos do Estado de São Paulo, Francisco José Pereira, anunciou que no próximo dia 23 de janeiro, os trabalhadores do setor vão fazer uma grande manifestação na rua Boa Vista, no centro da capital, em protesto pelo atraso de salários e a onda de demissões que vem ocorrendo nos pátios de veículos que o DETRAN-SP utiliza em todo o estado de São Paulo. De acordo com Francisco Pereira “guincheiros e motoristas com seus respectivos equipamentos de trabalho como guinchos e caminhões vão sair de diversas regiões do estado e se encontrarão no entorno do Detran SP. Estamos programando uma grande concentração a partir da Rua Boa Vista. Queremos mostrar para a população de São Paulo e imprensa a nossa situação depois de 12 meses sem leilão. São mais de 20 mil mães e pais de família que estão sendo demitidos e não sabem de onde vão tirar o sustento a partir de agora”.
Antes de convocar o protesto, o presidente do SINGUESP agendou uma reunião com as associações e o sindicato que representam as micro e pequenas empresas de pátios na esperança de um acordo para evitar novas demissões, mas não conseguiu. “Pelas planilhas que apresentaram, até para pagar as despesas de casa estão pegando dinheiro emprestado em bancos. Somente após a volta dos leilões é que tudo pode se normalizar” disse o líder sindical.
Quarenta e seis leiloeiros se cadastraram cumprindo rigorosamente o edital e até agora nenhum deles foi chamado. E o pior de tudo, estranhamente ele limitou o acesso dos leiloeiros ao sistema digital do DETRAN — SP, bloqueando justamente a parte onde fica a documentação. É uma situação obscura e constrangedora, nunca imaginamos que passaríamos por tanta humilhação após décadas auxiliando o estado nessas áreas cruciais que são a mobilidade e a segurança pública”.
AMBIENTE TENSO E PREOCUPANTE
Francisco Pereira explicou que os trabalhadores estão tensos, inseguros e muito preocupados porque as demissões estão acontecendo diariamente e em vários pátios os funcionários foram avisados que terá demissão em massa”. O presidente do Sindicato dos Guincheiros Removedores de Veículos afirmou que o cenário é muito preocupante porque nesse setor as fontes geradoras de emprego são integradas, se uma falha as outras também falham. O problema é que o leilão fica no topo. Sendo assim, diz ele, “devido a não realização de leilões, os pátios estão sem espaço, os guincheiros estão sem trabalho, os vistoriadores e os leiloeiros estão sem serviço, e as empresas que vendem peças usadas estão sem estoque, enfim, está toda uma cadeia produtiva no caos. Se até o dia 22, a situação não for normalizada, no dia 23 amanhecemos na Rua Boa Vista e na frente do prédio deles em São Paulo. Expomos para a sociedade essa crueldade que estão fazendo com os trabalhadores e que atinge toda a população paulista”.
DIRETOR NÃO CUMPRE A PALAVRA
O presidente do SEGRESP pontua que em outubro do ano passado ele e os presidentes das demais associações e sindicatos do setor estiveram pessoalmente com o diretor de educação e fiscalização para o trânsito do Detran SP, Milfran Melotti Evangelista, quando relataram a gravidade da situação. “Pelo que estamos vendo — acrescenta Jorge Saraiva — foi tudo um teatro. Ele nos recebeu para nos iludir dizendo que no dia 1º de novembro retornaria com os leilões e nos chamaria para contribuir com a nossa experiência na elaboração de um Plano de Ação. Não aconteceu nem uma coisa e nem a outra. Em novembro ele enviou o Plano já fechado e deu 30 dias para os leiloeiros se cadastrarem.
GOVERNADOR TARCÍSIO DE FREITAS
O presidente do SEGRESP acredita que os desmandos do diretor de educação e fiscalização para o trânsito do Detran SP, estão acontecendo à revelia do governador Tarcisio de Freitas. “Não é possível que o governador tenha conhecimento porque o estrago é grande justamente em mobilidade e a segurança pública que são as principais bandeiras do governador. Os furtos e roubos estão explodindo porque são os criminosos que estão abastecendo o mercado ilegal de peças, tendo em vista que sem leilões para adquirir veículos, as empresas credenciadas estão com as prateleiras vazias.
Um estudo da Ituran, baseado em dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, revelou um aumento de 34% nos roubos e furtos de motos apenas no segundo semestre de 2023.
Além de terem seus bens roubados e furtados, a população está vivendo um clima de insegurança porque veículos irregulares que não poderiam estar circulando, estão apenas sendo multados pela infração e liberados por falta de lugar para colocá-los. Isso jamais poderia acontecer, principalmente no estado de São Paulo, que possui a maior frota do Brasil, com quase 34 milhões de veículos. Há ainda o problema de saúde pública, porque muitos veículos estão se transformando em criadouros do mosquito transmissor da dengue e da febre-amarela. Esperamos que o governador Tarcísio tome conhecimento urgente de tudo isso para a situação ser plenamente resolvida. Essa é a nossa esperança” finaliza Wilson Saraiva.
