No Aguardo de um Cenário mais estável

Economia

Pesquisa de Sondagem Econômica indica qual foi a percepção das empresas de transporte em relação ao ano que passou e quais as expectativas para 2022

Gargalos na cadeia de suprimentos, alta dos insumos, ritmo da vacinação, pressão inflacionária e baixos estímulos em investimento de infraestrutura, continuam sendo importantes fatores de incerteza. Foi o que revelou a Pesquisa de Sondagem Econômica 2022, realizada pelo IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga), a pedido do SETCESP. Outro receio para 2022 é o período eleitoral, que traz certa instabilidade política e pode retrair a intenção de investimentos por parte dos empresários.

Mas o estudo apontou também uma melhora nos níveis de atividade econômica do setor, que alcançou patamares próximos ao pré-pandemia. Entretanto, esses resultados têm de ser analisados com parcimônia, como adverte a economista do IPTC, Raquel Serini. “Existem pontos de atenção a serem considerados, dentre eles a manutenção do crescimento econômico; a queda do desemprego; a possível escalada inflacionária, que tem guiado uma política de aumento de juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária) e a manutenção do quadro de vacinação no país”, lembra.

Segundo a economista que acompanhou todo o desenvolvimento do estudo, “a forma de desdobramento dessas e de outras variáveis colocam o cenário econômico em uma posição de neutralidade quanto ao futuro próximo, como se a maioria dos empresários preferisse aguardar novos acontecimentos. Uma espera, inclusive, que é acentuada pela proximidade das eleições,” afirma Serini.

Confiantes, mas nem tanto

Em termos gerais, a conclusão do relatório é que existe uma expectativa de investimento em várias áreas dentro das empresas do segmento de transporte, incluindo a contratação de mão de obra, mas que vão despender de uma quantia de aquisição menor, do que nos anos anteriores, apesar da vontade do empresário de sempre expandir os negócios.

Também por isso, o estudo avalia que o transporte manterá o desempenho positivo, mas será desafiado a suportar a pressão dos custos e da redução de margem de lucro diante do incremento dos juros.

Sem esquecer da herança da pandemia, o e-commerce veio para ficar e continuará movimentando o serviço de entregas, especialmente nos grandes centros, além do setor do agronegócio que deve seguir puxando a demanda rodoviária.

“Essa pesquisa é um termômetro para entender as expectativas do setor de transporte rodoviário de cargas em relação ao ano que está se iniciando. Como apuramos, o resultado indicou um cenário de bastante cautela por parte das empresas, algumas estão segurando investimentos preocupados com os reflexos de 2021. Isso em razão do aumento expressivo de custos que elas tiveram. Tudo nos leva a crer que essa estagnação é o reflexo da instabilidade dos anos que passaram”, afirma Fernando Zingler, diretor executivo do IPTC.

Perspectivas para novos investimentos

A pesquisa buscou identificar onde o transportador pretende investir esse ano. Em via de regra, o cenário é positivo para investimentos em tecnologia da informação (telemetria e gerenciamento de risco) e também para contratação de novos colaboradores (CLT e terceirizados), além da sua qualificação profissional.

Para 2022 a projeção é de novas contratações pelo regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) por parte de 53% das empresas entrevistadas. Já 19% delas preferem terceirizar a mão de obra, mas ainda assim, contratando profissionais para o segmento. E infelizmente, 29% das empresas não pretendem ampliar o quadro de funcionários neste ano.  

A boa notícia é que 82% das empresas responderam que pretendem investir em treinamentos e na capacitação desses colaboradores também, reservando uma fatia de 3% do seu faturamento para tal oportunidade.

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